A Direcção Artística do projecto RAZÕES POÉTICAS é de Sílvia Brito, António Jorge e Casimiro de Brito. Na sequência da já longa actividade que vêm exercendo em áreas específicas como a actuação e encenação (Sílvia Brito), a actuação, encenação, cenografia, adereços e artes plásticas (António Jorge) e a ficção/poesia/ensaio (Casimiro de Brito), constituíram estes três criadores um projecto que pretende estabelecer um conjunto de intervenções nas áreas artísticas a que estão ligados em colaboração com outros artistas e áreas de intervenção. Entre os associados contam-se, ainda, como membros directamente envolvidos na criação artística, Paulo Côrte-Real (artista plástico, gráfico, videasta) e Nuno Patinho (iluminador, fotógrafo, videasta). Vários artistas e instituições parceiras, com percursos individuais afirmados, colaboram nas iniciativas que o projecto desenvolve.
ANTÓNIO JORGE. Actor, encenador, cenógrafo, artista plástico
Iniciou a actividade teatral no TEUC-1987. Membro fundador d'A Escola da Noite, onde trabalhou de 1992 a 2010. Como actor participou em praticamente todos os espectáculos da companhia. Encenou, entre outros, Amado Monstro de J. Tomeo, Prometeu 06, textos de Ésquilo, Kafka e Müller, Bonecos & Farelos de Gil Vicente e 700 Máscaras à procura de um rosto ou Um Artista da Fome, instalação com máscaras suas e texto de F. Kafka. Criou cenografias para espectáculos de A. A. Barros, P. Voltz, Sílvia Brito e Sofia Lobo, entre outros. Orientou a formação-preparação do elenco d'A Escola da Noite entre 1998 e 2010 e várias acções de formação para amadores e actores em formação.
Desde
1997 desenvolve um trabalho sistemático de criação/construção de
máscaras e outros objectos, reunindo um acervo de mais de mil peças.
Em
2011 desenvolveu, com a IC Zero, o projecto CIMENTO 12x12x12, uma
reflexão plástica sobre Coimbra e integrou o projecto PASSWORD
apresentado na Livraria Portuguesa, em Macau. Em 2011 encenou os
espectáculos 'Perlenga da Terra' e 'Achadiços' (cortejo teatral em
comunidade), no Espinhal e, em 2012, 'Caspirro', texto original inspirado na Crise de 1383-85, apresentado no Castelo de Penela.
SÍLVIA BRITO. Actriz, encenadora
Iniciou a actividade teatral no Cénico de Direito (1985). Trabalhou na Pró Tea, com José Wallenstein e Mário Carneiro. Integrou o elenco do Teatro Nacional D. Maria II (1990-92). Integrou A Escola da Noite onde trabalhou nas áreas da actuação, encenação, formação e documentação entre 1992 e 2010. Enquanto actriz integrou a maior parte dos elencos da companhia. Encenou, entre outros espectáculos, Jacques e o seu Amo de M. Kundera, Almocreves e outras cousas... de Gil Vicente, Dois perdidos... de Plínio Marcos, Profundo de Cabrujas, TNT—Tumulto no Teatro, de Raul Brandão e Este Oeste Éden, inédito de Abel Neves. Orientou a formação-preparação do elenco d'A Escola da Noite entre 1998 e 2010 e várias acções de formação para amadores e actores em formação. Em 2002 integrou a Cena Lusófona onde desenvolveu, entre outros, o projecto Base de Dados da Dramaturgia em Língua Portuguesa. Encenou e interpretou, em 2011, 'Observações da Paixão', a partir de Cartas Portuguesas atribuídas a Mariana Alcoforado, a convite da Fundação Inês de Castro para integrar o Festival das Artes 2011 - Quinta das Lágrimas e apresentada no Mosteiro de Santa Clara-a- Velha. Já em 2012, encenou, para a Bonifrates, em Coimbra, 'Os últimos dias de Emanuel Kant' de Alfonso Sastre.
CASIMIRO DE BRITO. Poeta, romancista, contista, ensaísta
Começou a publicar em 1957 (Poemas da Solidão Imperfeita) e, desde então, publicou mais de 40 títulos. Dirigiu várias revistas literárias, entre elas "Cadernos do Meio-Dia" (com António Ramos Rosa), os Cadernos "Outubro/ Fevereiro/ Novembro" (com Gastão Cruz) e "Loreto 13" (órgão da Associação Portuguesa de Escritores). Actualmente é responsável pela colaboração portuguesa na revista internacional “Serta”. Esteve ligado ao movimento "Poesia 61", um dos mais importantes da poesia portuguesa do século XX. Ganhou vários prémios literários, entre eles o Prémio Internacional Versilia, de Viareggio, para a "Melhor obra completa de poesia", pela sua Ode & Ceia (1985). Colabora nas mais prestigiadas revistas de poesia e tem obras suas incluídas em mais de 190 antologias, publicadas em vários países. Participou em inúmeros recitais, festivais de poesia, congressos de escritores, conferências, um pouco por todo o mundo. Foi director de festivais internacionais de poesia de Lisboa, Porto Santo (Madeira) e Faro. Foi vice-presidente da Associação Portuguesa de Escritores, presidente da Association Européenne pour la Promotion de la Poésie, de Lovaina e presidente do P.E.N. Clube Português. Foi agraciado pela Academia Brasileira de Filologia, do Rio de Janeiro, com a medalha Oskar Nobiling por serviços distintos no campo da literatura e recebeu, em Portugal, a Ordem do Infante D. Henrique, atribuída pela Presidência da República em 2008. É Conselheiro da Associação Mundial de Haiku, de Tóquio. Foi nomeado “Embaixador Mundial da Paz” (Genebra, 2006). A Académie Mondiale de Poésie (da Fundação Martin Luther King) galardoou-o em 2002 com o primeiro Prémio Internacional de Poesia Leopold Sédar Senghor, pela sua carreira literária.